Família de bebê que 'nasceu com nome sujo' é indenizada após 10 anos; entenda
09/12/2024
Yohara Isabelly tinha apenas 7 meses quando família descobriu que ela tinha mesmo CPF que uma pessoa endividada. Situação foi revertida após longo processo judicial. Família conta história de menina que 'nasceu com o nome sujo'
Uma criança, moradora do Distrito Federal, com o mesmo CPF de uma pessoa endividada finalmente conseguiu reverter a situação na Justiça após 10 anos vivendo com o "nome sujo" (veja vídeo acima).
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Em julho de 2015, quando Yohara Isabelly tinha apenas 7 meses de vida, a família da menina descobriu que ela estava com restrição de crédito (veja detalhes mais abaixo). Só este ano, após um longo processo judicial, ela foi indenizada pela empresa de cobrança em R$ 34 mil.
Isabel de Melo Pontes, mãe de Yohara, conta que levou um susto quando soube que não poderia abrir uma poupança para a filha.
"Minha gerente falou assim: 'olha, não posso abrir conta para a Yohara'. Ela falou que [a menina] estava com restrição. Ela não sabia nem falar, entendeu? Ela nem engatinhava ainda, mas já tinha o nome sujo", lembra a mãe.
Isabel conta que fez uma peregrinação por órgãos públicos e empresas, e enfrentou um longo processo judicial.
"Foi bem difícil, muita luta. Eu achei até que nunca ia limpar [o nome de Yohara]. Eu me emociono muito toda vez porque foi uma luta muito grande", diz Isabel.
O g1 questionou a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP) e a delegacia regional da Receita Federal sobre a duplicidade nos CPFs, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
De acordo com o defensor público Márcio Del Fiore, em casos como o de Yohara, o primeiro passo é registrar um boletim de ocorrência. Depois, é necessário tentar resolver o problema com as empresas de proteção ao crédito e negociar com o banco ou loja que negativou o nome. Se nada der certo, a pessoa prejudicada pode entrar na Justiça.
Como tudo começou
Yohara nasceu com o "nome sujo" por causa de CPF de pessoa desconhecida
TV Globo/Reprodução
Quando Yohara nasceu, Isabel tentou abrir uma poupança para a filha, à época com 7 meses, para juntar dinheiro para a faculdade da menina. Mas tudo deu errado quando a gerente do banco contou que a bebê tinha uma restrição de crédito, mesmo que Isabel nunca tivesse comprado nada no nome da criança.
Então, ela descobriu que o CPF de Yohara era igual ao de um homem que devia R$ 435 ao banco. "Isso foi comprado em Goiânia e protestado em Brasília, no cartório, em 2013 mesmo. Minha filha nasceu em 2014", conta Isabel.
O processo só foi arquivado este ano. A indenização recebida, segundo a mãe, vai ser para o objetivo inicial: custear os estudos da menina.
"Vai ficar na poupança dela para pagar a faculdade. Ninguém mexe. Está lá quietinho lá no banco", afirma Isabel.
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