Trump autoriza envio do maior porta-aviões do mundo para a América Latina
24/10/2025
(Foto: Reprodução) Maior porta-aviões do mundo vai patrulhar América Latina
Os Estados Unidos elevaram o tom nesta sexta-feira (24) nas ações militares que Donald Trump tem ordenado contra o narcotráfico. Um dos principais grupamentos navais americanos foi deslocado para a América Latina.
O Gerald Ford é o maior e mais poderoso porta-aviões do mundo. Ele pode transportar 5 mil militares e 75 aviões e helicópteros. Destroyers também fazem parte do grupo de ataque. O porta-aviões está no Mediterrâneo, perto da costa da Croácia. Deve levar de sete a dez dias para chegar ao Caribe.
Ele vai se juntar a oito navios de guerra, um submarino nuclear, caças F-35 e 10 mil soldados que já estão na região, em uma escalada de tensão sem precedentes com a Venezuela. O porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, publicou nas redes sociais:
“A presença reforçada das forças americanas na área de responsabilidade do Comando Sul reforçará a capacidade dos Estados Unidos de detectar, monitorar e desmantelar atividades e atores ilícitos que comprometam a segurança e a prosperidade dos Estados Unidos e nossa segurança no Ocidente”.
O Comando Sul é responsável por uma área que engloba 31 países da América Central, América do Sul e Caribe. Inclui Venezuela, Colômbia e Trinidad e Tobago - países de onde eram alguns dos suspeitos que estavam nos barcos bombardeados pelo Exército americano.
Nesta sexta-feira (24), o secretário de Guerra, Pete Hegseth, divulgou imagens de mais um ataque a um barco no Caribe. Seis pessoas morreram. Hegseth disse que o barco estava sendo conduzido por integrantes do cartel Tren de Aragua, da Venezuela. Desde setembro, foram dez ataques: oito no Caribe e dois, esta semana, no Pacífico. Quarenta e três pessoas morreram.
Trump autoriza envio do maior porta-aviões do mundo para a América Latina
Jornal Nacional/ Reprodução
A legalidade dos ataques americanos a embarcações tem sido questionada nos Estados Unidos. Parlamentares criticam a decisão do governo de eliminar os suspeitos sem antes tentar interceptar o barco, para identificá-los, apresentar as provas e levá-los a julgamento. Questionam também o fato de Trump não ter pedido a autorização ao Congresso para as operações. O governo diz que tem a base legal para atacar, já que está em conflito armado contra os cartéis, classificados como organizações terroristas.
Nesta quinta-feira (23), o ditador venezuelano Nicolás Maduro fez mais um apelo em inglês, repetindo:
“Guerra não. Paz, sim. Paz para sempre. Sem guerra louca”.
Os bombardeios no Pacífico ampliaram a tensão com outro país da região: a Colômbia. O presidente colombiano, Gustavo Petro, classificou os ataques como execuções extrajudiciais, que violam o direito internacional.
Nesta sexta-feira (24), o governo americano anunciou sanções contra Petro, a esposa e o filho dele, e o ministro do Interior da Colômbia, bloqueando bens que os quatro possam ter nos Estados Unidos e proibindo empresas e cidadãos americanos de fazerem negócios com eles.
Petro respondeu em uma rede social e chamou as sanções de um paradoxo. Ele disse que luta contra o narcotráfico há décadas, e que essa medida agora vem do governo de uma sociedade que a Colômbia tanto ajudou a reduzir o consumo de cocaína.
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